sábado, 12 de julho de 2008

NICOLAU MAQUIAVEL REPUBLICANO

NICOLAU MAQUIAVEL REPUBLICANO

Acróstico-histórico-político-filosófico: Nº 1847
Por Sílvia Araújo Motta

N-Nos “Comentários sobre a 1ª Década de Tito Lívio”
I-Interpretações mostraram a preferência de Maquiavel e
C-Confiança na superioridade das Repúblicas, sobre as
O-Outras formas de governo sujeitas às mudanças.
L-Liberdade deve deixar de ser sonho para tornar-se
A-Algo desejado, voltado para os problemas da cidade.
U-Um cidadão ativo não segue o cristão contemplativo.
-
M-Maquiavel foi herdeiro do “humanismo cívico” mas
A-Assim também, foi um de seus críticos mais ferozes:
Q-Querem os homens, em sua natureza, desejar tudo, porém,
U-Um descontentamento surge, pois a fortuna os impede,
I-Indica os limites dos meios de conquistar suas fantasias.
A-A natureza humana é governada por desejos insaciáveis.
V-Vários conflitos econômicos ocorrem nas sociedades,
E-Expostos pelo Corpo Político que se deixa corromper.
L-Lições da Idade Média apostavam na ausência de conflitos.
-
R-Reconhecida, a corrupção é um fenômeno universal
E-Em que se encontram as maiores dificuldades do Poder;
P-Pode-se dizer que seu efeito torna-se incontrolável.
U-Uma constatação: nem todos os povos podem viver livres.
B-Bem rápida é a marcha global do processo da corrupção
L-Ligada à política responsável por seu desencadeamento.
I-IGUALDADE deve ser compreendida como virtude pública:
C-Como valor, encontra no elemento popular, seu maior benefício...
A-Assim, a defesa do Regime Republicano popular como o melhor!
N-Na verdade é o que consegue resistir à corrupção política, pois é
O-O que favorece e sustenta a integridade das instituições públicas.
-
Belo Horizonte, 28 de junho de 2008.
---------------------------------------------------------

FIQUE POR DENTRO
DO PENSAMENTO
DE MAQUIAVEL

Nicolau Maquiavel revolucionou o pensamento político.

“Diferente dos teólogos, que partiam da Bíblia e do Direito Romano para formular teoria políticas, e diferentemente dos contemporâneos renascentistas, que partiam das obras dos filósofos clássicos para construir sua teorias políticas, Maquiavel parte da experiência real de seu tempo. (...) Sua obra funda o pensamento político moderno porque busca oferecer respostas novas a uma situação histórica nova, que seus contemporâneos tentavam compreender lendo os autores antigos, deixando escapar a observação doa acontecimentos que ocorriam diante de seus olhos” (CHAUÍ, Marilena, 2003: 202).

------------------------------------------------

PONTOS MAIS RELEVANTES

*A POLÍTICA: pela primeira vez é mostrada como esfera autônoma da vida social;
*não é pensada a partir da ética nem da religião: rompe com os antigos e com os cristãos;
*não é pensada no contexto da filosofia: passa a ser campo de estudo independente;
*vida política: tem regras e dinâmica independentes de considerações privadas, morais, filosóficas ou religiosas;
*política: é a esfera do poder por excelência;
*política é a atividade constitutiva da existência coletiva: tem prioridade sobre todas as demais esferas;
*política é a forma de conciliar a natureza humana com a marcha inevitável da história;
*envolve fortuna e virtu;
*fortuna: contingência própria das coisas políticas: não é manifestação de Deus ou Providência Divina;
*há no mundo, a todo momento, igual massa de bem e de mal, do seu jogo resultam os eventos (e a sorte);
*Virtu: qualidades como a força de caráter, a coragem militar, a habilidade no cálculo, a astúcia, a inflexibilidade no trato dos adversários;
*pode desafiar e mudar a fortuna: papel do homem na história.
------------------------------------------------
ÉTICA
EM MAQUIAVEL

A ética em Maquiavel se contrapõe a ética cristã herdada por ele da Idade Média. Para a ética cristã, as atitudes dos governantes e os Estados em si estavam subordinados a uma lei superior e a vida humana destinava-se à salvação da alma.

Com Maquiavel a finalidade das ações dos governantes passa a ser a manutenção da pátria e o bem geral da comunidade, não o próprio, de forma que uma atitude não pode ser chamada de boa ou má a não ser sob uma perspectiva histórica.

Reside aí um ponto de crítica ao pensamento maquiavélico, pois com essa justificativa, o Estado pode praticar todo tipo de violência, seja aos seus cidadãos, seja a outros Estados. Ao mesmo tempo, o julgamento posterior de uma atitude que parecia boa, pode mostrá-la má.

Nenhum comentário: